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Finanças Inclusivas: Como a Tecnologia Acessibiliza Serviços Financeiros

Finanças Inclusivas: Como a Tecnologia Acessibiliza Serviços Financeiros

08/09/2025 - 21:34
Felipe Moraes
Finanças Inclusivas: Como a Tecnologia Acessibiliza Serviços Financeiros

Em um país de dimensões continentais e realidades tão diversas, a inclusão financeira deixou de ser apenas um tema econômico para se tornar um movimento transformador de vidas. Hoje, a tecnologia atua como principal propulsora na democratização do acesso a serviços bancários e de crédito.

1. A Jornada da Inclusão Financeira no Brasil

O Brasil alcançou recentemente a marca de 200 milhões de CPFs registrados em algum relacionamento com o Sistema Financeiro Nacional, consolidando um crescimento histórico em apenas uma década. Em 2012, eram 119 milhões de adultos bancarizados; em 2022, esse número já atingia 168 milhões.

Nesse período, o país subiu do 35º para o 21º lugar no Índice Global de Inclusão Financeira, com 89,8% da população tendo vínculo bancário. Esses dados demonstram que a simples abertura de contas exige desdobramentos para garantir acesso a produtos financeiros robustos.

2. A Revolução da Tecnologia no Setor Financeiro

O lançamento do Pix em 2020 acelerou a digitalização de pagamentos e foi classificado como um verdadeiro case internacional de democratização bancária. Em poucos anos, mais de 25 milhões de estabelecimentos passaram a aceitar Pix, superando em muito a penetração de cartões antes existente.

Além disso, surgiram iniciativas como o Open Finance e as fintechs, que impulsionaram a expansão expressiva da bancarização no Brasil. Essas soluções permitiram a oferta de microcrédito, cobrança instantânea e microinvestimentos mesmo em áreas mais remotas.

  • Finanças embarcadas em redes de varejo e farmácias
  • Aplicativos com recursos de acessibilidade e braile
  • Internet banking otimizado para aparelhos de baixo custo
  • Plataformas de educação financeira digital

O conceito de integração de serviços financeiros em empresas de outros setores promete gerar até R$ 24 bilhões em receitas até 2026, reforçando que soluções inovadoras podem conviver em diferentes ambientes de consumo.

3. Desafios que Persistem na Inclusão

Apesar dos avanços, ainda há obstáculos significativos. Apenas 41% dos brasileiros acima de 15 anos tomaram empréstimos em 2021, contra 56% em países de alta renda, o que evidencia a dificuldade de acesso ao crédito.

A bancarização isolada não garante o uso efetivo dos serviços. Muitos usuários enfrentam limitações para utilizar produtos financeiros avançados e se sentem intimidados por processos complexos.

  • Baixa oferta de crédito a pequenos empreendedores
  • Desigualdade geográfica no acesso à internet
  • Falta de educação financeira adequada
  • Infraestrutura limitada em áreas rurais

É fundamental que a expansão das contas seja acompanhada de programas sólidos de educação financeira, garantindo que cada cidadão entenda e utilize as ferramentas disponíveis de forma segura e eficiente.

4. Impactos Sociais e Econômicos

O acesso a produtos financeiros permite a melhoria da gestão de recursos pessoais, o surgimento de pequenos negócios e a criação de perfil de crédito. Esses fatores têm relevância direta no combate à pobreza e na redução de desigualdades.

Segundo dados do Banco Central, em 2023 havia 213 milhões de assinaturas móveis – um indicativo claro de que o mobile banking alcançou até as localidades mais remotas.

Esse avanço reflete também a inclusão de classes C, D e E, comunidades indígenas e pessoas com deficiência, que passaram a contar com cartões em braile e aplicativos acessíveis.

5. Perspectivas Futuras e Inovação

As inovações não param: o Pix por aproximação promete facilitar pagamentos em pequenos comércios, enquanto a moeda digital (Drex) do Banco Central pode representar um novo salto na digitalização financeira.

O ecossistema de finanças embarcadas tende a se fortalecer, integrando soluções de microseguro, previdência complementar e gestão orçamentária diretamente nos canais de compra.

  • Pagamentos por aproximação via smartphones simples
  • Adoção de Drex para transações instantâneas
  • Parcerias público-privadas para expansão de infraestrutura

Para que esse cenário se concretize, é essencial que reguladores, fintechs, bancos tradicionais e empresas de tecnologia atuem de forma colaborativa. As parcerias público-privadas e as iniciativas do Banco Central, como a Agenda BC#, devem continuar promovendo soluções que contemplem as necessidades de todos.

Conclui-se que a inclusão financeira, aliada à inovação tecnológica, não é apenas um indicador econômico, mas um verdadeiro instrumento de transformação social. A cada nova conta aberta, a cada nova transação digital, construímos um Brasil mais igualitário, em que o acesso aos serviços financeiros deixa de ser privilégio para se tornar um direito ao alcance de todos.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes